Fonte: Udop
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) propôs os volumes mínimos de combustíveis renováveis que refinarias do país devem misturar a combustíveis fósseis em 2019. O chamado Padrão de Combustíveis Renováveis (RFS) para o ano que vem prevê um aumento de 3% no volume total em relação à exigência para 2018.
A proposta da agência é de 19,88 bilhões de galões (75,2 bilhões de litros) de etanol de milho e outros biocombustíveis, o que representa um aumento de 590 milhões de galões (2,2 bilhões de litros) em relação à exigência para este ano, de 19,29 bilhões de galões (73 bilhões de litros). O volume de combustíveis renováveis convencionais como etanol de milho foi mantido em 15 bilhões de galões (56,8 bilhões de litros).
O volume de biodiesel para 2019 também ficou inalterado ante a exigência para 2018, em 2,1 bilhões de galões (7,95 bilhões de litros), mas passará a 2,43 bilhões de galões (9,2 bilhões de litros) em 2020. Houve aumento no volume para biocombustíveis avançados, como biocombustíveis celulósicos e etanol de cana-de-açúcar, que passou de 4,29 bilhões (16,24 bilhões de litros) para 4,88 bilhões de galões (18,5 bilhões de litros). Dentro dos avançados, o volume exigido de biocombustíveis celulósicos passou de 288 milhões (1,09 bilhão de litros) para 381 milhões de galões (1,44 bilhão de litros).
O RFS foi criado em 2005 com o objetivo de diminuir as emissões de carbono e reduzir a dependência norte-americana do petróleo estrangeiro, num momento em que os preços do combustível fóssil começavam a subir. No entanto, a exigência não tem funcionado como se pretendia, e os níveis de produção de combustíveis renováveis, principalmente etanol, costumam ficar abaixo dos volumes estabelecidos por lei. Muitas refinarias de petróleo estão recorrendo diretamente à EPA para serem desobrigadas da exigência. Desde que Scott Pruitt assumiu o comando da agência, o número de concessões vem aumentando. Pequenas refinarias com capacidade inferior a 75 mil barris por dia, mesmo se controladas por uma grande empresa, podem obter isenções se comprovarem que a exigência está causando "dificuldades econômicas desproporcionais", segundo o site da EPA.
A Associação de Combustíveis Renováveis (RFA, na sigla em inglês), que representa o setor de etanol nos EUA, disse que a proposta da EPA para 2019 é superficial, já que a agência vem permitindo que pequenas refinarias não cumpram a exigência. Segundo o presidente e CEO da RFA, Bob Dinneen, em teoria a manutenção do volume de biocombustíveis convencionais como etanol de milho deveria enviar um sinal positivo para o mercado. No entanto, uma demanda de 1,6 bilhão de galões (6,1 bilhões de litros) foi "destruída por isenções ilegais para pequenas refinarias" e não há um comprometimento da EPA em mudar essa postura, afirmou Dinneen. "Isso não é apenas errado, mas vai de encontro ao compromisso assumido pelo presidente (Trump) junto a agricultores e consumidores que apoiam um maior uso de combustíveis renováveis."
Nos EUA, o etanol é feito principalmente com milho e a indústria consome cerca de um terço da safra doméstica do cereal.