Fonte: G1
Durante a crise de abastecimento nos postos de combustíveis do país devido à paralisação dos caminhoneiros, no interior de Minas Gerais o professor Juarez de Souza Silva andou de carro normalmente. Ele produz o próprio etanol em um sítio no distrito de Monte Celeste, na cidade de São Geraldo.
Ele, que atua no Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (UFV), garante que o combustível produzido é de boa qualidade.
“A produção de álcool hidratado em pequenas propriedades rurais é uma alternativa interessante para economizar, tendo em vista que os produtores podem produzir seu próprio combustível”, explicou.
Ele conta que os produtores de cachaça têm a opção de produzir etanol a partir de um subproduto da destilação da cachaça. A primeira e a última dosagem da bebida destilada são chamadas, respectivamente, de "cabeça" e "cauda" e são consideradas impróprias para consumo porque têm maior concentração de álcool.
Através da utilização de um instrumento chamado de coluna de retificação, os produtores de cachaça podem converter o álcool de baixo para alto grau, o que custaria cerca de R$ 0,80 para produção de um litro de etanol. Para quem não tem a estrutura de alambique, com os outros equipamentos a produção de cada litro pode ser obtido por até R$ 1,20.
De acordo com o professor, com a produção de etanol, o produtor “fecha o ciclo virtuoso da cultura da cana”, com o plantio, colheita e direcionamento de parte dela para alimentação de gado, outra para produção de etanol e ainda para que seja feita a cachaça.
Produtores adotam estratégia desde 2013
Em 2013, o Globo Rural conheceu a pequena propriedade do senhor Valdir Faustino, em Cajuri, na Zona da Mata de MG. O produtor já produzia à época etanol com o subproduto da destilação da cachaça. Ele usava a produção como material de troca com outros produtores da região e utilizava como forma de economizar.