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Fonte: Portal G1

A Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e

Conveniência – Plural (antigo Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis) informou na

segunda-feira (28) que as distribuidoras vão arcar com prejuízos por causa da queda dos preços

do diesel. A entidade reúne as maiores distribuidoras do Brasil, entre elas BR, Shell, Raízen,

Total, Ipiranga, Air BP e Petronas.

As perdas ocorrem com a redução do preço do estoque do combustível que foi comprado no Brasil

mais caro, antes da redução anunciada pela Petrobras e pelo governo, e que será vendido com os

novos preços.

O mesmo se dará com o diesel importado e pelo qual foram pagos preços internacionais e que chega

no país por navios. No caso de um navio que esteja chegando no país com 40 milhões de litros de

diesel, o prejuízo calculado por ele é de R$ 16 milhões.

“É um prejuízo na veia. Sobre o estoque que estava no inventário, vamos aplicar uma redução de

R$ 0,46 por litro. Mas essa é a nossa parcela de ônus do processo como um todo. Quem vai arcar

somos nós”, disse Helvio Rebeschini, diretor de planejamento estratégico da Plural. Segundo ele,

o setor entende que se trata de uma questão emergencial do país.

A conta é difícil de ser feita porque depende da data de bombeio do diesel para as bases de

distribuição na semana passada. Existem no Brasil 154 distribuidoras de combustíveis

autorizadas, mas apenas 120 operam normalmente. A elas se somam 370 Transportadores Revendedores

Retalhistas (TRRs), que atendem fazendas e pequenas empresas de transporte, fazendo um trabalho

complementar para áreas mais dispersas.

“São cerca de 500 agentes distribuindo combustíveis no Brasil afora. Por isso, nunca faltou. É a

primeira vez que tivemos um desabastecimento desse porte tendo essa capacidade enorme”, afirma o

executivo.

Demanda

As grandes distribuidoras estão com as bases lotadas de gasolina e diesel, mas só conseguem

atender 10% da demanda normal de combustíveis, porque os corredores de transporte que ligam as

bases às principais refinarias do país estão obstruídos por caminhoneiros. Segundo a Plural, o

que sai com escolta é para atender emergências como ambulâncias e as Forças Armadas.

Até ontem (27), segundo a Plural, apenas 45% das bases de distribuição tinham escolta. A

distribuição nas regiões Norte e Nordeste, segundo Rebeschini é melhor, mas no Sul e Sudeste a

situação ainda é crítica.

De acordo com o executivo, um volume maior de saída de produtos só será possível com a ação da

forças de segurança para desobstrução de todas as bases que operam próximas às refinarias da

Petrobras. Veja a situação das refinarias nesta segunda-feira.

“As refinarias mandam combustíveis por bombeio, mas não temos mais local para armazenar nos

tanques. A desobstrução das bases é fundamental, mas o movimento está violento. A situação fugiu

da racionalidade”, afirma Rebeschini, citando a explosão ontem de uma bomba em uma base de

distribuição quando o setor estava reunido em Brasília.

Rebeschini saiu da reunião com a impressão de que as forças de segurança já têm um mapeamento

completo dos locais mais críticos. São eles as áreas próximas à refinaria de Paulínea (SP), e em

Barueri (SP) e Guarulhos (SP), Reduc (RJ), Gabriel Passos em Betim (MG), Araucária (PR) e Esteio

(RS), que fica perto da Refap (RS). “Essas são as grandes bases, que respondem por quase 60% do

abastecimento do país”, disse o executivo.

Segundo ele, as distribuidoras têm 40 mil caminhões contratados para entregar combustíveis, mas

estão sem poder operar. A impressão do executivo é que alguns setores mais politizados “pegaram

carona” na greve dos caminhoneiros.

“Hoje no Rio, foi possível entregar 2% da demanda e a expectativa é de que esse percentual possa

aumentar ao longo do dia. São Paulo está o caos, pior do que no Rio. Existem aspectos

geográficos, mas notamos também uma sinalização política maior em São Paulo e Betim”, disse.

Fonte: Valor Online

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