Fonte: Isto É Dinheiro Online
“A gasolina está mais cara do que gostaríamos.” A confissão foi feita pelo próprio ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em uma curiosa conversa pelo Twitter com o locutor esportivo Silvio Luiz, que reclama há vários meses do preço do combustível na rede social. Ao narrador, o ministro explicou que os aumentos recentes são resultado da política de preços da Petrobras e que essa estratégia evita prejuízos ao Brasil.
“Os preços da gasolina estão mais altos do que todos gostaríamos”, disse Meirelles ao locutor esportivo em resposta à mensagem de Silvio Luiz escrita na quarta-feira, 3, em que o narrador cobrava explicações ao ministro. “O senhor ainda não me respondeu sobre o aumento quase que diário da gasolina”, tuitou o narrador ao ministro na conversa aberta na rede social.
Dividida em quatro mensagens, a resposta do ministro diz que “neste governo, ao contrário de outros momentos, os preços da gasolina não são definidos pelo Ministério da Fazenda”. Meirelles explicou a Silvio Luiz que atualmente os preços são determinados pela Petrobras de acordo com “custos do petróleo no mercado internacional, e não mais por critérios políticos”.
Para defender a estratégia da estatal, Meirelles lembrou ao narrador que quando os preços da gasolina eram determinados politicamente o Brasil teve “problemas sérios”. “Em 2015, a Petrobras assumiu R$ 60 bilhões de prejuízo por ações eleitorais com o preço da gasolina”, disse Meirelles.
Famoso por bordões como “olho no lance”, Silvio Luiz tem reclamado com frequência do preço da gasolina. Exatamente há um ano, em 4 de janeiro de 2017, aparece a primeira mensagem sobre o tema. “Antigamente, aumentar a gasolina era um escândalo. Hoje em dia, ninguém mais liga”, escreveu há um ano.
A frequência das reclamações aumentou nos últimos meses com os novos reajustes nos postos de gasolina. “Mais 10% na gasolina e a inflação em baixa? Conta outra”, disse em 4 de setembro. “Qual é a mágica: gasolina sobe e a inflação desce? Conta outra, Meirelles”, reclamou em 14 de setembro. Nesta quinta, 4, quatro meses depois, veio a resposta.