Fonte: O Globo
RIO – O Brasil vai precisar construir três novas refinarias para atender o crescimento da demanda de combustíveis líquidos até 2030. Esta projeção foi apresentada na tarde desta terça-feira pelo presidente do Sindicom, que reúne as distribuidoras de combustíveis, Leonardo Gadotti, durante o evento RioPipeline, que está sendo realizado junto com a OTC Brasil, no Riocentro.
De acordo com o cenário traçado pelo Sindicom, que alerta para a necesidade de investimentos não só na ampliação futura da capacidade de refino, como também na infraestrutura e logística para a movimentação dos combustíveis, seria necessário se construir pelo menos uma refinaria de 300 mil barris diários de capacidade instalada, que exigiria investimentos da ordem de R$ 30 bilhões, além de outros R$ 12 bilhões a R$ 17 bilhões em infraestrutura e logística até 2030, para evitar um gap no atendimento da demanda interna por combustíveis.
Segundo o executivo, em um cenário de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da ordem de 1,5% ao ano, representaria um crescimento da frota automotiva da ordem de 3% ao ano nos próximos anos.
Com isso, o consumo atual pularia de 110 bilhões de litros anuais de consumo para 170 bilhões de litros por ano em 2030, representando um crescimento de quase 60% de aumento da demanda de combustíveis no país. Isso significa 900 mil barris diários de aumento da demanda, que podederiam ser atendidos com a construção de três novas refinarias.
- Mas a gente não consegue ver a possibilidade de o país vir a construir três novas refinarias nesse horizonte, então imaginamos pelo menos a construção de uma de 300 mil barris por dia no Comperj - destacou Gadoti.
Por outro lado, para o atendimento de todo o aumento da demanda interna será preciso ampliar toda infraestrutura e logística de transporte de combustíveis entre portos, dutos e terminais de tancagem, que exigiriam investimentos entre R$ 12 bilhões a R$ 17 bilhões até 2030.
- Se não vier investimentos rápidos aqui para esses setores, vamos viver uma situação difícil como nunca vivemos - alertou Gadotti.
Sem esses investimentos no aumento da capacidade de refino e em infraestrutura o país correria o risco de ficar fortemente dependente das importações de combustíveis.
Já considerando o etanol que é adicionado à gasolina e usado como combustível, a expectativa é de um gap de 9 bilhões de litros anuais até 2030, o que tornaria necessária a construção de 27 a 30 novas usinas nos próximos anos.