Fonte: Folha de S. Paulo
O número de empresas que vendem produtos ou prestam serviços à Petrobras caiu 22% no ano passado e 11% em 2015, segundo informações obtidas pela coluna.
Em 2014, a estatal tinha mais de 18 mil fornecedores, número que caiu para 12,6 mil no ano passado.
Além das cerca de 6.000 empresas que deixaram de vender, há outras, que prestavam serviços de forma indireta, que também perderam clientes, diz David Zylbersztajn, ex-presidente da ANP.
A queda das contratações se deram, segundo ele, por uma soma de fatores: preço do barril em baixa, falta de rodadas de licitações de blocos e decisões que se provaram ruins do ponto de vista de investimentos.
“A empresa fazia planos fictícios que não se concretizaram. Ela teve de limpar balanço e se ajustar, como é público, e isso reduz a capacidade de contratar.”
Empresas do setor de óleo e gás cortaram seus contratos em geral, mas não nessa intensidade, diz Adriano Pires, da consultoria Cbie
“Outras produtoras também compram menos bens e serviços, mas em uma proporção diferente porque não foram impactadas pelas revelações da Lava Jato.”
A empresa anunciou desinvestimentos de cerca de R$ 16 bilhões. Prestadoras de serviço que perderam contratos poderão ser chamadas novamente, mas isso deverá demorar, afirma Anderson Dutra, sócio da KPMG.
“As companhias que assumirem os ativos vendidos pela Petrobras vão levar um tempo até chegar a contratar seus os seus próprios fornecedores”, diz o consultor.