Volvo planeja lançar caminhão elétrico no Brasil em 2019

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Fonte: Automotive Business

A Volvo deve lançar seu primeiro caminhão elétrico no Brasil em 2019. O modelo, versão zero emissão do semipesado FL, é destinado à distribuição de produtos e mercadorias, para distâncias curtas, e já foi apresentado na Europa, onde já roda em teste e começa a ser vendido ainda neste ano. “A demanda local surpreende. Os clientes querem associar a sua marca a tecnologias sustentáveis”, conta Alan Holzmann, diretor de estratégia de negócios da companhia no Brasil. Ele cita que, globalmente, o modelo compete com o Tesla Semi com a vantagem de chegar antes ao mercado e de ser produzido por uma empresa com tradição no setor de transportes. Segundo ele, o modelo é capaz de percorrer 300 quilômetros com apenas uma carga na bateria. O executivo aponta que a tecnologia foi desenvolvida a pedido de um cliente europeu. Segundo Holzmann, a evolução do caminhão foi rápida porque a montadora já contava com soluções eletrificadas e precisou apenas adaptar o sistema. A Volvo garante que o lançamento da novidade no Brasil não será uma resposta à concorrência depois de a MAN ter apresentado caminhão elétrico no ano passado. “Para nós, na verdade, é muito bom contar com outras empresas para dar força ao movimento do transporte sustentável, para divulgar a tecnologia”, diz.
Segundo a empresa, o FL Electric é solução adequada a logística nas cidades, onde a bateria pode ser recarregada no anda e para do tráfego urbano e a autonomia é mais do que o suficiente para os trajetos diários. Para as estradas, a Volvo testa na Europa caminhão híbrido até agora com bons resultados, mas sem previsão de lançamento. A companhia já tem experiência na produção de ônibus híbridos. No Brasil a montadora vendeu as primeiras unidades com a tecnologia em 2012 e chegou a nacionalizar a montagem. Com a queda da demanda, a operação está suspensa, mas a fabricante calcula que o País conte com 400 ônibus da marca com a tecnologia em circulação.
CAPACIDADE DAS BATERIAS AUMENTA E PREÇOS CAEM
Segundo a Volvo, ainda não foi necessário trocar as baterias dos ônibus híbridos que rodam no Brasil. A empresa calcula que os dispositivos tenham vida útil de 10 anos em veículos, mas depois possam ter um segundo destino em situações menos severas, como a de armazenagem de energia gerada em painéis solares, por exemplo. “Há start up’s surgindo com o objetivo de dar a destinação correta a baterias que já não funcionam mais para a indústria automotiva”, com Alan, estimando que os dispositivos possam ser usados por mais 20 ou 30 anos em outras aplicações, mas sem especificar como resolver o problema ambiental das baterias a partir daí.
Segundo ele, os preços das baterias estão em franca queda, com perspectiva de aumento do potencial de armazenamento de energia. A Volvo aponta que o movimento é puxado pelo segmento de veículos leves, que investe fortemente no desenvolvimento de elétricos.
BRASIL NA VANGUARDA TECNOLÓGICA
Segundo Holzmann, o Brasil tem se destacado globalmente pela demanda tecnológica para o setor de transportes.
“Há muito tempo a diferença entre o lançamento de algumas tecnologias aqui e em outros mercados vem diminuindo. É um país emergente economicamente, mas premium quando se trata de caminhões, com marcas importantes nas primeiras posições do ranking de vendas”, diz.
Como exemplo, o executivo cita a importância local para o desenvolvimento de caminhões autônomos. Depois da Suécia o Brasil é o segundo lugar do mundo a receber uma operação de veículos autoguiados da marca, em Maringá (PR), onde caminhões Volvo operam de forma autônoma na colheita de cana-de-açúcar. Segundo a montadora, os resultados são bastante positivos até aqui.
AUTÔNOMOS APENAS EM FECHADOS
Lars Terling, vice-presidente global da Volvo Trucks, visitou o Brasil para acompanhar mais uma etapa da Volvo Ocean Race, regata que tem uma de suas paradas em Itajaí (SC). O executivo apresentou à imprensa algumas das apostas tecnológicas globais da companhia, incluindo automação e eletrificação. Segundo ele, no entanto, o motorista nunca perderá seu papel essencial no transporte de carga, ainda que a tecnologia avance. “O que fazemos é criar novos sistemas para ajudá-lo a enxergar o que ele não pode ver sozinho”, conta.
Apesar de a empresa trabalhar com caminhões autônomos em duas operações reais – no Brasil ena Suécia, Terling é um tanto cético quanto ao avanço da tecnologia nas estradas. “Veremos muito disso em operações fechadas, onde é possível ter controle maior. Quando se trata de levar caminhões autônomos nas estradas tudo fica mais complicado, com situações difíceis de prever”, diz, sem dar um prazo para que a indústria consiga superar este desafio. Segundo ele, a tendência é que os caminhões contem com muitos sistemas de assistência à direção, mas sem isentar o motorista de conduzir e gerenciar o transporte em algum nível.

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