Fonte: O Estado de S. Paulo
Quem dirige em São Paulo deve ter percebido que o preço do etanol nos postos vem baixando nos últimos dias. Isso está acontecendo porque estamos em plena safra da cana-de-açúcar. A colheita começou no início do mês passado. E, com o aumento da produção, o preço cai.
Assim, o momento é propício para abastecer com o combustível derivado da cana. É uma situação inversa da verificada no fim do ano passado, quando o etanol começou a subir, por causa da menor oferta do produto. Assim, se até há poucos dias era vantajoso abastecer com gasolina (sob o ponto de vista financeiro), agora a balança pende para o combustível renovável.
Pesquisa feita entre os dias 22 e 28 de abril pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que o litro do etanol custa na média 67,1% do preço da gasolina. Grosso modo, quando essa relação fica abaixo de 70% compensa comprar etanol. No Estado, o preço médio da gasolina é de R$ 4,035, contra R$ 2,708 do etanol.
Além de São Paulo, é vantajoso abastecer com etanol em Minas Gerais (onde o combustível renovável custa 68,6% do preço da gasolina), Mato Grosso (69,6%) e Goiás (65,2%).
Como os preços continuam a cair, é provável que o combustível renovável se torne vantajoso também em outros estados. Isso porque a tendência é que o etanol baixe de preço mais do que a gasolina.
O combustível fóssil indiretamente também tende a cair, porque contém etanol em sua composição. Em termos porcentuais, no entanto, essa queda deve ser menor.
Se atualmente vale a pena colocar etanol em quatro estados da federação, na maioria dos estados o combustível renovável ainda tem preço inviável. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a diferença do preço da gasolina (R$ 4,355) para o etanol (R$ 4,084) é de apenas R$ 0,27. Considerando-se que o motor consome cerca de 30% a mais com etanol, não compensa o uso do combustível renovável, já que ele proporciona menor autonomia.
Menos poluente
A favor do etanol está a menor emissão de poluentes e o melhor desempenho do veículo, mas com preço muito alto (e muito próximo ao da gasolina), é difícil convencer o motorista a comprar etanol numa situação dessas.
Uma dica: como os preços devem continuar caindo um pouco mais, vale a pena não encher o tanque, porque o “estoque” de combustível no reservatório não é vantagem no momento: a próxima compra tende a ser ainda mais barata.
Outra dica: como estamos no outono e as temperaturas estão caindo aos poucos, não se esqueça de abastecer com gasolina o tanquinho auxiliar (nos veículos que dispõem desse sistema), para evitar dificuldade de partida pela manhã, com o carro frio.