O modo Jair Bolsonaro de governar é de fato singular. Bolsonaro determinou anteontem a demissão sumária da presidente do Inmetro, Angela Flores, por causa de denúncias feitas por taxistas cariocas, que têm acesso a ele por WhatsApp.
Bolsonaro passou por cima do Secretário especial de Produtividade e Emprego, Carlos da Costa, e de Paulo Guedes — superiores diretos de Angela — e mandou para a rua toda a diretoria do órgão. Escolheu o coronel Marcos de Oliveira Júnior para presidi-lo.
Na reunião de ontem do PPI, Bolsonaro relatou a ministros que recebeu dos taxistas cariocas, com quem ainda têm contato, a denúncia de que o Inmetro determinara a troca de todos os taxímetros existentes na cidade do Rio de Janeiro por um novo modelo, ao preço de R$ 400 reais cada.
Como são 31 mil táxis rodando na cidade, a renovação dos taxímetros totalizaria R$ 12,4 milhões. Bolsonaro desconfiou que poderia haver algo errado na operação. E resolveu mandar o antigo comando do Inmetro para o espaço.
Cabe ao Inmetro, sediado no Rio de Janeiro, executar as políticas nacionais de metrologia e fiscalizar o respeito às normas técnicas e legais, unidades de medida, métodos de medição e instrumentos de medição.