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De acordo com os dados divulgados pelo MDIC, o volume de diesel A importado pelo Brasil em março/24 foi de 1,25 milhão de m³, marcando redução de 26,4% frente ao observado em março/23. No acumulado anual, as internalizações totalizaram 3,18 milhões de m³, operando em uma baixa de 9% frente ao mesmo período de 2023.
Apesar de iniciar o ano de maneira aquecida – com as importações do combustível alcançando 1,06 milhão de m³, uma alta de 41,5% frente ao observado no início de 2023 – nos últimos dois meses o mercado brasileiro vem sendo marcado por uma diminuição das compras externas do diesel puro. Tal situação ocorre em meio a uma produção forte de diesel pelas refinarias no primeiro bimestre do ano – acumulando avanços de 9,7% frente ao mesmo período do ano passado, totalizando 7,66 milhões de m³ –, como também a mudança da mistura do biodiesel no diesel comercializado nos postos de combustíveis, do B12 ao B14, a partir de março/24, que contribuiu para uma redução do consumo de diesel puro e, por consequência, das internalizações do produto.
Conforme projeções da StoneX, ao longo de 2024, as importações brasileiras de diesel devem alcançar 14,1 milhões de m³, marcando queda de 2,8% frente ao observado em 2023, em meio a um cenário de expansão da oferta doméstica e diminuição da mistura de diesel A no diesel B comercializado.
Rússia mantém participação majoritária nas importações
A Rússia se manteve como principal fornecedora ao Brasil, respondendo por 57,66% do total. Ainda assim, a participação do diesel russo operou pelo terceiro mês seguido em queda, após atingir seu pico em dezembro/23 (86,6%), com outros vendedores – como Emirados Árabes Unidos (EAU) e Kuwait – passando a se destacar nessa frente e tomando parte do share da Rússia e dos EUA.
Inclusive, conforme dados divulgados pelo MDIC, os EUA vêm perdendo de maneira significativa a sua participação nas compras brasileiras. Enquanto, no primeiro trimestre de 2023 (1T23), os americanos foram responsáveis por um terço das vendas de diesel ao Brasil, no mesmo período de 2024 (1T24), o indicador operou próximo a 10%, conforme a dificuldade dos EUA de manter as exportações de diesel no mesmo patamar do ano passado – em meio a redução produtiva das refinarias causada pela passagem de ondas frias em alguns estados norte-americanos, no início do ano – como também um maior direcionamento dos volumes exportados à União Europeia (UE).
Nesse sentido, a Rússia acabou adquirindo share mais expressivo do mercado, indo de 13,1% no 1T23 para 65,2% no 1T24, garantido principalmente pela atratividade financeira do produto ofertado por Moscou frente as outras referências internacionais, como reflexo da busca pela Rússia por novos compradores após o início das sanções aos derivados russos pela UE, em fevereiro/23.
Importações de gasolina recuam
Assim como o diesel, as importações de gasolina também apresentaram uma queda, considerando o acumulado do primeiro trimestre de 2024. De acordo com o MDIC, entre janeiro e março, as compras externas de gasolina ficaram em 894,5 mil m³ – volume 20,3% abaixo no comparativo com o primeiro trimestre de 2023 (1.122 mil m³). Assim, apesar de iniciar o ano em alta (com as importações em janeiro atingindo 432 mil m³ – 129% acima de jan/23), o indicador mostrou um recuo nos meses seguintes, evidenciando a menor demanda brasileira pelo combustível no mercado internacional.
Essa queda das importações pode refletir alguns fatores. Entre eles, destacase a menor demanda doméstica pelo derivado no primeiro trimestre frente a maior competitividade do etanol hidratado. De acordo com a ANP, as vendas da gasolina C ficaram em 6,9 milhões de m³ nos primeiros dois meses do ano – uma queda de 7,6% no comparativo com o mesmo período em 2023. A demanda por etanol hidratado, por sua vez, situou-se em 3,4 milhões de m³ entre janeiro e fevereiro – volume quase 59% maior do que no ano passado. Entende-se, portanto, que a paridade mais competitiva para o biocombustível (abaixo de 70%) nas principais praças demandantes de combustíveis leves no período considerado afetou a demanda pela gasolina, cenário que deve se estende nos próximos meses.
Conforme projeções da StoneX, ao longo de 2024, esse cenário de menor competitividade do fóssil deve permitir uma contração de 4% no consumo da gasolina C ao longo de 2024.
Além de uma demanda menos aquecido do mercado interno, vale destacar a forte produção das refinarias nacionais, com a oferta acumulada de gasolina A entre janeiro e fevereiro expandindo 6,3% no comparativo com 2023 (4,69 milhões de m³) e devendo se manter elevada nos próximos meses. Por fim, também é importante assinalar a maior defasagem dos preços internacionais para aquele praticado pela Petrobras desde meados de fevereiro, que também torna menos atrativa a importação de gasolina.
As exportações, entretanto, avançam
Balança comercial de gasolina no primeiro trimestre Mercado de Energia Importações anuais acumuladas – milhões m³ Para a gasolina, também se destaca o forte aumento das exportações nos primeiros meses de 2024, com o indicador acumulado entre janeiro e março ficando em 395 mil m³ – contrastando com o número registrado nesse mesmo período em 2023 (6,6 mil m³). Esse resultado no primeiro trimestre estende o movimento que se observa desde o final de 2023, com a menor demanda no mercado interno favorecendo ainda mais a exportação do combustível. Entre os principais destinos, destacam-se os Estados Unidos (78%), China (12%) e Chile (7%). No entanto, vale ressaltar que o avanço das exportações nos últimos meses não implica na autossuficiência do país em gasolina, com o Brasil ainda dependente do mercado externo para atender a demanda doméstica, e as importações representando cerca de 14% da oferta do combustível em 2023.
(StoneX)

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