Fonte: Folha de S.Paulo
Em um mês de fevereiro com apenas 18 dias úteis, a produção de carros leves e veículos pesados cresceu 6,2% na comparação com o mesmo período em 2017. O dado foi divulgado nesta terça (6) pela Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil.
O resultado mostra que a reação do setor segue em curso, mas os números ainda estão distantes da zona de conforto vivida pela indústria no início da década.
Em relação a janeiro, por exemplo, a produção caiu 2,1%, para 213,5 mil unidades.
A ociosidade nas fábricas de veículos leves em 2018 é de 39% –chegou a ser de 52% em 2016, por isso o resultado atual é visto como positivo.
No setor de ônibus e caminhões, a ociosidade chega a 71%, sinal de que a melhora no segmento ainda é pequena diante da queda acumulada em produção e vendas.
Foram comercializados 156, 9 mil veículos leves e pesados em fevereiro. Com isso, as vendas caíram 13,4% na comparação mensal, mas cresceram 15,7% sobre um ano antes.
No primeiro bimestre, os emplacamentos tiveram alta de 19,5% em relação aos meses de janeiro e fevereiro de 2017.
A Anfavea prevê que o volume de vendas deve subir 11,7% neste ano.
A produção, impulsionada pelas exportações —que cresceram 7,2% no primeiro bimestre– deve ter alta de 13,2% no acumulado de 2018.
Contudo, o acordo de importação e exportação entre Brasil e a Argentina ainda tem pontos a serem resolvidos.
A Anfavea discorda dos pedidos de garantia feitos pelo governo argentino, que pretende cobrar multas de empresas que produzem no Brasil e exportam em quantidade desproporcional ao que importam.
“É uma discussão um pouco atípica, o acordo é de cinco anos, vai até 2020, mas há um desequilíbrio pontual. Agora começamos a importar um pouco mais. O acordo não foi feito entre empresas, é setorial. Acho estranho esse pedido de garantias”, diz Antonio Megale, presidente da Anfavea.
EMPREGOS
Houve alta de 2,5% no número de empregos nas montadoras no primeiro bimestre de 2018, atribuído a abertura de terceiro turno em algumas fábricas. Contudo, o presidente da Anfavea diz que não vê sinais de que esse índice seja ainda maior até o fim do ano, diante da demanda atual do mercado automotivo.