Petrobras responde concorrentes com 2ª mudança na política de preços do gás natural em 2024

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Eixos

O prêmio de incentivo à demanda, oferecido pela Petrobras nas novas rodadas de negociação com as distribuidoras estaduais, deve significar, na prática, uma nova reacomodação dos preços do gás natural da companhia frente ao aumento da concorrência – sem, contudo, mudanças estruturais no patamar de preços da empresa.
Conforme antecipado pelo eixos pro, serviço de assinatura exclusivo para empresas (teste grátis por 7 dias), a nova posição comercial da estatal contempla um mix de precificação que varia conforme o volume retirado.
E que, na média, deve puxar o fator Brent (percentual do preço do petróleo ao qual o gás é indexado) para mais próximo de 11%.
Para efeitos de comparação, o preço de referência com que a petroleira vem trabalhando desde o ano passado é de 11,7% a 11,9% nos acordos de suprimento de longo prazo.
No primeiro semestre, porém, a companhia já havia feito um primeiro movimento, ao anunciar descontos para contratos vigentes com as distribuidoras e que ajudaram a baixar, na média, esses percentuais.
É, portanto, mais uma redução marginal nos preços, mas que volta a pressionar a concorrência a ajustar suas ofertas. Em linha com as falas recentes da presidente da estatal, Madga Chambriard.
“A gente não está querendo abrir mão de mercado para ninguém, não. O mercado que pudermos ocupar, nós vamos ocupar”, afirmou, em conversa com jornalistas esta semana.
O que muda na política de preços para o gás
Segundo cinco fontes consultadas pela agência eixos, a nova estratégia comercial da Petrobras pode ser resumida da seguinte forma:
• para 60% da quantidade diária contratada (QDC), o cliente paga o preço de referência;
• para 60% a 90% da QDC, a distribuidora paga 11% do Brent;
• e para 90% a 115% da QDC, cerca de 10% do Brent.
O desconto, segundo as fontes, é válido até 2026. Concessionárias de gás canalizado, no entanto, ainda aguardam as propostas formais, para entenderem melhor as novas condições e os seus reais impactos.
Ou seja, num exercício de matemática que os concorrentes da estatal já têm feito, o preço final para a distribuidora no mix, ponderado pelos volumes, pode ficar entre 11,15% e 11,44% do Brent (dependendo do preço de referência e do volume retirado).
Esse tipo de precificação não chega a ser uma novidade. Este ano, a petroleira, num primeiro contra-ataque aos concorrentes, já havia anunciado uma nova política que previa um mix de preços por volume retirado.
Na ocasião, 60% da quantidade diária contratada foi mantida atrelada às condições vigentes; e os outros 40% à nova precificação.
Agora, além de aumentar o desconto, a petroleira também está oferecendo incentivos para quem consumir até 15% mais que a quantidade contratada. No movimento anterior, o desconto era válido para quem consumisse até 5% mais.

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