Fonte: O Estado de S. Paulo
Depois de se ver impedida de aceitar a oferta de R$ 2,8 bilhões do Grupo Ultra pela sua distribuidora de gás de cozinha, Liquigás, a Petrobrás decidiu se prevenir e está elaborando uma nova campanha de venda da empresa, em sintonia com o órgão de concentração econômica que rejeitou o negócio, o Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade).
O Estadão/Broadcast apurou que após reuniões com o Cade, a Petrobrás colheu informações para trabalhar em um modelo de venda que trará as condições necessárias para evitar a participação de empresas que possam novamente configurar concentração do mercado, motivo que impediu o primeiro negócio. No caso do grupo Ultra, haveria concentração nos Estados da Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Se a venda fosse concretizada, a Ultragaz, do grupo Ultra, teria 45% do mercado.
Para Guilherme Vinhas, sócio e especialista em Direito do Petróleo do Vinhas e Redenschi Advogados, a Petrobrás não vai mais conseguir um valor tão alto pelo ativo, já que, com a compra, a Ultragaz teria o domínio do mercado. A solução, avaliou, será encontrar uma empresa estrangeira, "que chegaria com zero do mercado e assim evitaria a concentração", ou fatiar a Liquigás, para que mais empresas, inclusive as nacionais, pudessem comprar uma participação.
A venda da distribuidora de gás da Petrobrás faz parte do programa de desinvestimento da empresa, que visa arrecadar US$ 21 bilhões entre 2017 e 2018. Ainda não há, porém, prazo para a divulgação da nova venda e quanto renderia para a estatal. A Liquigás é a segunda colocada do mercado, com participação de 21,85%, superada apenas pela Ultragaz, com 23,49%.
Oficialmente, a Petrobrás não confirma seus planos de venda.