Depois do lucro recorde registra doem 2019, a Petrobras pode ter seu desempenho afetado neste ano pela greve dos petroleiros e pela epidemia do coronavírus na China, de acordo com analistas de mercado.
A estatal tem repetido que a greve não teve impacto significativo na sua produção de petróleo e de combustíveis. Para o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, o maior risco para os resultados da Petrobras neste ano está nas incertezas na economia mundial em função da epidemia que paralisa atividades econômicas na China e reduza demandado gigante asiático por
commodities como o petróleo: — A greve não deve afetar os resultados da companhia no primeiro trimestre do ano porque a produção não foi afetada. O que me preocupa m ai sé o efeito do coronavírus na economia, coma redução de consumo e aqueda dos preços do petróleo.
Por enquanto, o mercado segue confiante. Com expectativas elevadas de lucro recorde em 2019, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras fecharam com alta de 1,97%, a R$32,57. As preferenciais (PN, sem voto) avançaram 2,69%, a R$30,55. O balanço foi divulgado após o fechamento da Bolsa.
A analista Sandra Peres, da Terra Investimentos, acredita queno primeiro trimestre deste ano o resultado da companhia não deverá ainda ser afetado pela greve dos petroleiros. Mas acredita que poderá haver reflexos a olongo do ano:
—Tudo ainda é muito incerto, mas como a Petrobras tem garantido que a produção e refino não estão sendo afetados, acredito que o resultado do primeiro trimestre ainda não será afetado. Mas certamente a olongo do anoa greve terá impacto negativo nos resultados da companhia.
Sandra destacou ainda que foi importante o fato de a Petrobras ter reforçado os investimentos em novos sistemas de produção de óleo e gás, com sete plataformas nos campos do pré-sal já contratados.
Analistas apontaram como um ponto positivo para 2020 o forte programa de redução de custos da empresa. Em seu balanço, a estatal destacou os programas de demissão voluntária, que tiveram a adesão de 3.294 empregados até o fim de 2019. A empresa informou redução de 29,6% nas despesas operacionais, caindo de R$ 58,1 bilhões para R$ 40,9 bilhões entre 2018 e 2019.
Isso ajudou a empresa a alcançar alta de 12% em suas receitas operacionais, medida pelo Ebitda, para R$ 129,2 bilhões. A remuneração aos acionistas sob aforma de dividendos e juros sobre capital próprio foi de R$ 10,6 bilhões, equivalente a R$ 0,73 por ação ordinária e R$ 0,92 por preferencial.