Ipiranga vê política de preços como positiva

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Fonte: Jornal do Comércio – RS

Centro das discussões sobre o mercado de combustíveis no País desde o ano passado, a política de preços da Petrobras nas refinarias é vista como positiva pela Ipiranga, uma das maiores distribuidoras brasileiras. Embora admita que a alta dos preços no segundo semestre de 2017 tenha sensibilizado os consumidores, o diretor-superintendente da companhia, Leocádio de Almeida Antunes Filho, entende a decisão da estatal como positiva. “No longo prazo, teremos uma cadeia muito mais eficiente”, afirma o executivo, à frente da rede com mais de 8 mil postos e 20% de participação no mercado brasileiro. A mudança na composição do preço do combustível na saída das refinarias da Petrobras entrou em vigor em julho de 2017. A estatal determinou que os valores da gasolina e do diesel seriam atualizados com maior frequência, de forma a atender às flutuações do câmbio e do petróleo no mercado internacional. Com isso, as atualizações chegaram a ser feitas quase que diariamente, fato que gerou reclamações entre os consumidores. A recepção se complicou ainda mais, porque o desembolso nas bombas não parou de subir. Primeiro, porque, desde então, o barril de petróleo entrou em tendência de alta no mundo. Além disso, também em julho, o governo federal aumentou as alíquotas do PIS/Cofins sobre os combustíveis, praticamente dobrando a taxa para a gasolina. Somando tudo, segundo o levantamento oficial da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio de revenda da gasolina comum aumentou 20,4% entre o início de julho e o fim de março. "Somos sensíveis à situação dos consumidores, mas entendemos que artificialismos até poderiam ser mais agradáveis no curto prazo, porém desestimulariam investimentos que possam melhorar a situação no futuro", analisa Antunes. O executivo da Ipiranga foi o palestrante de ontem no Tá na Mesa, da Federasul, e criticou o padrão vigente anteriormente, no qual a Petrobras represava boa parte das oscilações no valor, alegando que este padrão retirou capacidade de investimento da estatal, situação cujos reflexos, entende Antunes, ainda serão percebidos. "No processo de adaptação existem dores, mas, no longo prazo, será bom para todos, inclusive os consumidores", projeta o executivo. Uma das tendências trazidas pela nova conjuntura, de alta nos custos e queda nos rendimentos dos consumidores por conta da recessão econômica e do aumento do desemprego, é o ganho de espaço de postos de bandeira branca, que possuem maior flexibilidade na formação de preço. Segundo a consultoria ES Petro, esses postos passaram de 581 para 647 no Estado em 2017, chegando a quase 20% do mercado gaúcho. Antunes, cuja rede possui 1.121 postos sob sua bandeira no Estado, vê a situação como normal, sem aparentar preocupação. "Isso evidencia o nível de competição desse mercado. Sempre pode haver situações pontuais, que, em certos momentos, alguns competidores tenham condições diferentes. Mas entendemos que nosso conjunto de ofertas é muito bom, e nosso histórico de crescimento sustenta isso", afirma o executivo, projetando R$ 1,5 bilhão em investimentos na modernização e ampliação da rede para este ano. Antunes não faz previsões sobre a abertura de postos. Em 2017, entretanto, foram cerca de 440 novas unidades criadas no País. A ampliação no número de unidades, aliás, se tornou vital para a companhia, que teve negada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), no ano passado, a aquisição da rede Alesat. A decisão praticamente fechou as portas para o crescimento da Ipiranga por meio de fusões. "Apostamos no crescimento orgânico, e temos muito fôlego ainda pra expandir nossos negócios", garante Antunes.

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