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Fonte: Valor Econômico

Os bancos elevaram as projeções para os preços do petróleo pelo sexto mês consecutivo em março, em um sinal que eles esperam novas pressões provocadas pela queda nos estoques de petróleo bruto e pelos riscos geopolíticos crescentes sobre a oferta global.
O petróleo tipo Brent – referência mundial – deve agora alcançar a média de US$ 63 por barril este ano, enquanto o contrato WTI, padrão norte-americano, deve ficar em torno de US$ 59 o barril, segundo pesquisa de 15 bancos de investimento pesquisados ??pola The Wall Street Journal para o final de março.
Ambas as estimativas são cerca de US$ 1 acima da previsão da pesquisa de fevereiro.
Os bancos preveem que, em média, o Brent cairá para cerca de US$ 61 por barril no ano que vem, antes de alcançar a média de US$ 62 por barril até 2020.
Na última quinta-feira, o Brent fechou em alta de 1%, a US$ 70,27 por barril, na Bolsa Intercontinental de Londres, e o WTI fechou em alta de 0,9%, a US$ 64,94 o barril na Bolsa Mercantil de Nova York.
Mas no longo prazo, os preços do petróleo devem se estabilizar antes de cair novamente, disse Christyan Malek, analista do JPMorgan.
Os preços do petróleo, que subiram acima de US$ 70, antes de recuar no mês passado com novas indicações da crescente produção de petróleo de xisto dos EUA, têm sido sustentados pelo declínio dos estoques fora do território americano e pelo aumento das tensões entre Trump e o Irã.

O presidente Donald Trump mudou recentemente sua equipe de segurança nacional, trazendo mais autoridades contrárias ao acordo internacional liderado pelos EUA em 2015 para conter o programa nuclear iraniano.
Os analistas esperam agora que o governo Trump se retire do acordo, provocando a volta de algumas sanções econômicas à República Islâmica que acabariam por prejudicar as exportações de petróleo do país e reduzir a oferta mundial de petróleo bruto.
Até 350 mil barris por dia de petróleo estão em risco de interrupção, segundo analistas.
“Os baixos estoques aumentam a sensibilidade do mercado de petróleo a eventos perturbadores”, segundo Martijn Rats, analista de ações do Morgan Stanley. Como resultado, “com a amortização do estoque praticamente acabada, os preços do petróleo provavelmente voltarão a ser mais sensíveis aos fatores de risco geopolíticos”, escreveu Rats, em nota.
Os estoques globais de petróleo vêm caindo em grande parte como resultado da forte demanda por produtos refinados, como o diesel, segundo Malek, do JP Morgan. “Isso está elevando a perspectiva de aperto na oferta e na demanda mais a curto prazo”, disse ele.
Ao mesmo tempo, os preços continuaram a ser apoiados pelo comprometimento da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com os cortes na produção de petróleo bruto.
A Opep e 10 produtores de fora do cartel, incluindo a Rússia, veem retendo a produção de petróleo em cerca de 1,8 milhão de barris por dia, ou quase 2% da oferta global, desde o início do ano passado.
O acordo, cujo objetivo era ajudar a reduzir o excesso de oferta global que pesou no mercado desde o final de 2014, ajudou o preço do petróleo a saltar mais de 50% no segundo semestre do ano passado.
O acordo deve expirar no final de 2018, mas a Arábia Saudita – a líder de fato da Opep – sugeriu que poderia continuar coordenando com a Rússia e outros produtores a racionalização da produção em 2019.
Os esforços da Opep, combinados com a falta de fornecimento na Venezuela e a crescente incerteza geopolítica, significam que, no curto prazo, os riscos de preços devem ser “inclinados para cima”, segundo Giovanni Staunovo, analista de commodities do UBS Wealth Management.

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