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Devido à crise mundial dos combustíveis fósseis, com os preços elevados, a grande poluição e a condição de não serem renováveis, as fabricantes de veículos têm buscado outros meios de geração de energia para seus produtos. Além dos carros elétricos, recarregáveis em tomada, há também o investimento em pesquisas para fabricar gasolina sintética.
O alto custo para produzir os carros elétricos e a dificuldade para descartar as baterias ainda são fatores dificultadores para a total adesão deles ao mercado. Mesmo assim, já se tornaram a nova prioridade para grandes marcas produtoras em diversos países do mundo.
Contudo, empresas como a BMW e a Porsche declararam que não vão submeter toda a frota ao modo elétrico, como já é a meta da grande maioria para a próxima década. Com isso, as alemãs estão investindo em um novo projeto para não serem banidas da Europa – a produção de gasolina sintética.
“Essas marcas vão vender esses modelos em países da Europa que não vão para 100% de eletrificação, como alguns do Leste do continente”, explica Everton Lopes, mentor de energia a combustão da SAE Brasil. Nos Estados Unidos, somente alguns Estados – como Califórnia e Washington – anunciaram que irão banir veículos a combustão.
Combustão a partir de e-Fuel
Todavia, a Porsche e a BMW estão buscando formas de inovar o futuro e a utilização dos carros a combustão. Para isso, as montadoras pretendem usar o e-Fuel, gasolina sintética que será adotada pela fórmula 1 a partir de 2025.
“Esse conceito não é novo, mas ganhou força recentemente”, explica Lopes. “Consiste em fazer combustível a partir de uma reação química, dispensando o petróleo.”
De acordo com o mentor, a gasolina sintética ocupará a base da geração de energia dos novos carros, junto com a eletricidade. Além disso, o método também permite produzir outros combustíveis fósseis, como o diesel e o gás.
Como é produzida a gasolina sintética
É necessário que haja uma reação química entre hidrogênio e gás carbônico para que a gasolina sintética seja produzida. “O resultado é o metanol, convertido em gasolina”, explica o gerente de Relações Públicas e Comunicação da Porsche do Brasil, Leandro Rodrigues Sabes.
A gasolina sintética mantém as mesmas propriedades da gasolina derivada do petróleo, o que possibilita que os carros já existentes com motor a combustão funcionem com ela sem precisar de adaptações.
“Como é usado CO2 na reação que gera a gasolina sintética, o combustível tem pegada de carbono nula”, explica o especialista da SAE. “O gás carbônico emitido no escape do carro é compensado no processo de produção.”
Porém, apesar das vantagens, a gasolina sintética apresenta teor de poluição bem semelhante ao da gasolina tradicional. Por isso, a utilização desse combustível pode apresentar resistência dos países que estão em busca de diminuir a emissão de poluentes.