Fonte: Valor Econômico
Os contratos futuros para o petróleo encerraram a sessão desta terça-feira (27) em alta consistente, reduzindo as largas perdas acumuladas em agosto. A alta nos preços da commodity é impulsionada pela expectativa de oferta menor, já que os investidores esperam que os estoques de petróleo – que serão divulgados nesta quarta (28), pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos – tenham recuado em 2,3 milhões de barris na semana passada.
Os preços futuros do Brent para outubro terminaram a sessão em alta de 1,40%, negociados a US$ 59,51 o barril, enquanto os contratos do mesmo mês para o WTI fecharam o dia em alta de 2,40%, a US$ 54,93 o barril, em Nova York.
Além do recuo na oferta, tensões geopolíticas entre Estados Unidos e Irã deram força aos preços da commodity nesta terça. O presidente iraniano Hassan Rouhani recuou de uma reunião com o presidente americano, Donald Trump, dizendo que isso só aconteceria se os EUA suspendessem as sanções impostas ao país.
Como é improvável que Trump atenda a reivindicação, os comentários parecem sugerir que as sanções contra o Irã, que impedem a exportação de petróleo pelo país, permanecerão em vigor por mais tempo, ajudando a manter os mercados globais relativamente apertados.
Nas últimas semanas, os estoques mais altos da commodity têm limitado a alta nos preços do petróleo e alimentado temores de que a desaceleração da demanda e a produção constante resultem em um excesso na oferta de petróleo. Essas preocupações contribuíram para a queda de cerca de 7,2% nos preços da referência global do petróleo (Brent), e de 4,70% para a referência americana (WTI).
Ainda que os estoques de petróleo dos EUA tenham caído durante a última semana, analistas afirmam que um crescimento na oferta de gasolina e destilados também amplia preocupações de que a demanda por combustível esteja diminuindo. Segundo especialistas, outro fator de preocupação é que os estoques ainda se encontram acima do nível médio de cinco anos para esta época do ano, segundo dados do DoE computados até o dia 16 de agosto.
Alguns analistas ainda estão esperançosos de que as taxas de juros mais baixas em todo o mundo, um acordo comercial EUA-China e a redução na oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados possam fazer com que os preços do petróleo voltem a avançar.