Fonte: Valor Online
A diretora financeira da Petrobras, Andrea Marques de Almeida, disse que a gestão da companhia trabalha para que a petroleira recupere o seu grau de investimento. Segundo ela, as operações financeiras fechadas recentemente pela empresa mostram que o mercado já reconhece a melhoria do crédito da petroleira.
“Estamos saindo das dívidas mais caras. Fizemos recompra de bonds, e vamos fazer operação de gestão da dívida o tempo todo. O mercado já está reconhecendo crédito da Petrobras como melhor”, afirmou a executiva, durante entrevista ao portal de notícias Infomoney.
Ela destacou que a companhia trabalha para reduzir sua alavancagem, com base no programa de desinvestimentos, redução de custos, gestão de dívida e da própria geração de caixa próprio. Uma das estratégias da petroleira, segundo a executiva, foi reduzir o caixa da empresa para cerca de US$ 6,6 bilhões. “Num horizonte maior, se o Brasil ajudar, e o Brasil está chegando lá também, queremos de novo virar uma empresa de grau de investimento”, disse.
Questionada sobre o legado que o comando da companhia espera deixar, ao fim da atual administração, ela destacou que "tudo o que tem sido feito é para ter empresa com menos ativos, mas melhores, e com isso gerar mais valor para acionistas”. "Queremos voltar a pagar dividendos”, disse.
Metas mais desafiadoras
A diretora financeira da Petrobras disse que a companhia trabalhará com metas mais desafiadoras de redução de custos para 2020. "Todas empresas de commodity têm receita volátil. O que elas têm que fazer é reduzir custos de forma sustentável. Vamos nos espelhar nas empresas de óleo e gás, nos nossos pares globais. Vamos estar fazendo isso de forma estruturada. Teremos metas mais desafiadoras para 2020”, afirmou.
A diretora citou o potencial da transformação digital, e da intensificação da análise de riscos de novos projetos para a redução de riscos. "Quando formos investir temos que testar cenários mais estressantes de preço do petróleo”, disse. "Combinando o conhecimento existente na empresa com ferramentas para alavancar negócio, a empresa vai bombar, gerando oportunidade de gerar mais retorno para os ativos”, complementou.
A executiva mencionou também que a empresa aposta na gestão de pessoas como alavanca para melhorar o desempenho da companhia. "Queremos alinhar incentivos das pessoas aos incentivos da empresa”, afirmou.
Novas parcerias para campos maduros
A executiva disse que a companhia pode vir a fazer novas parcerias para a revitalização de campos maduros - a exemplo do negócio fechado com a norueguesa Equinor para recuperação da produção de Roncador, na Bacia de Campos (RJ).
"Temos investimentos relevantes [para revitalização de campos maduros] e parcerias que imaginamos que possamos fazer. Associar-se a empresas ‘majors’ [grandes petroleiras globais] em nichos em que elas são eficientes e onde podemos aprender com elas é sempre um grande negócio. Também vamos explorar parcerias”, disse.
Ela destacou que a gestão de portfólio será feita "o tempo todo”, daqui para frente, alinhada com a estratégia da empresa de focar nos ativos de maior retorno. "Acreditamos que temos mais ativos na carteira para desinvestir até 2020”, disse.