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Fonte: Assessoria de Comunicação da Fecombustíveis

Rosemeire Guidoni

O novo programa automotivo, denominado Rota 2030, está demorando mais do que o previsto para ser anunciado pelo governo. Com isso, surgem preocupações por parte da indústria. Isso porque o Inovar Auto, que terminou em dezembro de 2017, tinha incentivos para que as montadoras investissem em pesquisa e desenvolvimento (P&D); sem os mesmos incentivos agora, o risco é de que o trabalho de P&D saia do Brasil e fique restrito às matrizes das montadoras no exterior. Isso seria um risco também para o setor de etanol, já que todo o trabalho de P&D em relação ao uso do biocombustível é realizado no Brasil.
“O programa ainda não foi aprovado porque o setor sofreu os efeitos da crise econômica e encontrou dificuldades para discutir os objetivos”, explicou Paulo Cardamone, presidente da Bright Consulting. O executivo participou ontem, dia 16 de abril, do IX Fórum da Indústria Automotiva, realizado em São Paulo (SP), evento que reuniu toda a cadeia do setor automobilístico. Segundo ele, o Rota 2030 traz novas metas para melhoria de eficiência energética, melhoria da segurança veicular e a necessidade de harmonização destes objetivos com as legislações do Proconve para controle de emissões. “A próxima reunião para discutir o programa acontecerá em maio, e até lá não há ainda nada aprovado”, disse Cardamone, mencionando ter uma postura mais conservadora do que a indústria. “Apenas em 2023 retornaremos aos patamares de crescimento de 2011/12”, acrescentou.
Durante o evento, o setor automotivo se mostrou bastante otimista em relação à recuperação do mercado e à aprovação do Rota 2030. Antônio Megale, presidente da Anfavea, afirmou inclusive que vê boas chances de que o novo programa seja aprovado em maio. Além disso, ele mencionou que a produção de veículos deve se manter em alta (entre 3,05 e 3,1 milhões de veículos) e a exportação será recorde, com mais de 800 mil veículos.
Motor a combustão ainda terá espaço
O Rota 2030 prevê o aumento de 15% na eficiência energética dos automóveis (exceto os movidos a diesel) até 2022, quando novas metas de redução entrarão em vigor. Para atingir este índice, as montadoras deverão investir na eletrificação dos veículos e no maior uso de biocombustíveis, além de motores mais eficientes, que demandam menor uso de combustíveis. Dados da Bright estimam que, com este aumento de eficiência, R$ 2 bilhões anuais deixarão de ser gastos em combustível. “A indústria está atualmente em processo de transformação, mas os motores a combustão não deixarão de existir. Eles terão é maior eficiência na queima do combustível. Antes da eletrificação da frota, ainda teremos os híbridos, que dependeram do motor a combustão”, afirmou.
Renovação da frota
Outro tema discutido no evento foi a necessidade de renovação da frota. Para Cardamone, no entanto, a ideia de renovação é errada. “O correto é termos um programa eficiente de inspeção veicular, que tire das ruas os veículos que estão poluindo. A lei para implantar o programa de inspeção já foi aprovada, porém logo depois foi suspensa para análise mais criteriosa. Porém, tudo indica que a inspeção veicular retornará em 2019”, destacou.

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