Fonte: Valor Econômico
O aumento de 921% do lucro líquido da BR Distribuidora no quarto trimestre de 2017, para R$ 531 milhões, é fruto de uma base de comparação desigual. No mesmo período de 2016, a empresa registrou um montante elevado de certas despesas que fizeram com que o lucro líquido somasse R$ 52 milhões na ocasião.
Nos últimos três meses de 2016, os custos com o Plano de Incentivo de Desligamento Voluntário (PIDV) totalizaram R$ 443 milhões, enquanto em 2017 ele foi positivo em R$ 1 milhão. As perdas e provisões com processos judiciais e administrativos recuaram 90% entre 2016 e 2017, de R$ 152 milhões para R$ 15 milhões.
Outros itens que destoaram entre o quarto trimestre de 2016 e 2017 foram as perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa do setor elétrico, que passaram de R$ 32 milhões para R$ 10 milhões, e despesas tributárias sobre os resultados financeiros, que foram de R$ 21 milhões para R$ 8 milhões.
As diferenças dos itens contabilizados no quarto trimestre de 2017 e 2016 também influenciaram no resultado do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), que subiu 807,3% nos últimos três meses do ano passado, para R$ 744 milhões. Se ajustado para considerar os efeitos destes itens, o Ebitda cresceu 7,7%, para R$ 883 milhões, fruto da redução de despesas operacionais, que recuaram 36,7%, para R$ 1,2 bilhão.
O PIDV deve continuar tendo efeitos sobre os resultados da BR Distribuidora. Ela reabriu o plano em 29 de janeiro para empregados que cancelaram suas inscrições ou apresentaram desistência formal. Até a data de encerramento das inscrições, em 2 de março, de um total de 407 funcionários elegíveis, 83 reativaram sua inscrição. A empresa projeta uma provisão de R$ 31 milhões no primeiro trimestre para pagar as indenizações aos empregados que entraram no PIDV.